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Tudo sobre a mudança para o n.º 43 da Rua Machado dos Santos.
Prometi que faria isto um diário da obra, mas o cansaço tem ganho...
Os pavimentos do piso superior estão prontos, mas falta a cera no mosaico hidráulico e verniz nos tacos. O mosaico hidráulico depois de aplicado levou cimento branco nas juntas, depois foi lixado e lavado para tirar o excesso e algumas nódoas (a melhor forma de tirar pequenas sujidades deste pavimento é molhar e esfregar com lixa de água). Os tacos foram colados quando estavam soltos e afagados com uma máquina circular de 180mm com uma lixa de 80, mas aguentavam uma coisa mais forte. O que custou mais foi tirar as camadas de cera do chão de madeira que empapava as lixas todas. As fissuras das madeiras e as rachas na parede estão preenchidas com massa e lixadas. Falta lavar tudo e começar a pintar. No piso térreo, os pavimentos estão a ser colocados, mas ainda faltam os azulejos da cozinha, fazer uma parede falsa que esconde a canalização e o sistema de aquecimento, alguns rebocos e sancas.
Fomos até à SOMOR em Montemor-o-Novo para escolher um novo mosaico para o pavimento que faltava. Há tantos desenhos e tantas possibilidades de combinações de cores que ainda lá estaríamos agora se o senhor não tivesse lá uns prontos... e foram mesmo esses que vieram connosco para revestir o pavimento da casa de banho do piso térreo!
Depois de limpos da camada de argamassa da parte de baixo, de lavados e escolhidos, faltava lixá-los para retirar a sujidade de anos de uso... infelizmente só vai dar para a casa de banho mais pequena que leva a pastilha preta e vamos ter que arranjar outra solução para a do piso térreo.
...
e os gostos vão sendo atualizados. Para substituir o velho azulejo escolhemos uma pastilha preta brilhante que cria reflexos com a luz que o túnel da velux deixa entrar o dia todo. Há quem pergunte porquê a mudança de azulejo. Além da vontade de apropriação do espaço que pede que se alterem certos aspetos, colocando-os ao nosso gosto, houve também a questão prática de substituir todas as infraestruturas. Mas, se o revestimento das paredes é novo, o chão que vamos colocar é bem velhinho: um mosaico hidráulico que resgatámos do velhinho hospital e que ia para o lixo... Aos poucos a casa vai estando...
Por estes dias o trabalho avança com a lentidão própria deste tipo de tarefas. Preparar os móveis para pintar, limpar os mosaicos hidráulicos velhos para aplicar. Lixa, trincha, máscara, torno, rebarbadora, óculos de protecção...
Fomos ver o processo de fabrico dos mosaicos hidráulicos na fábrica em Montemor-o-novo. É um trabalho manual. Existe uma "receita" para cada cor, apontada manualmente num bloco improvisado. Para além do pigmento da cor em pó (uma ou mais) junta-se pó de mármore e cimento branco. Depois, com recurso a moldes fabricados para o efeito, despejam-se as cores nas áreas definidas dentro de uma caixa. Faz-se o tardoz com uma massa de cimento escuro, fecha-se a caixa e, por fim, leva-se à prensa que foi desenhada para o efeito.
Depois de cada mosaico lavam-se muito bem os moldes e a caixa para evitar contaminação na superficie do mosaico com restos de material do anterior. Podem trabalhar quatro pessoas em simultâneo na mesma bancada a fazer peças diferentes com cores ou desenhos diferentes. Era um ambiente cheio de pó que se acumulava nas superfícies semi-polidas dos mosaicos encobrindo cores.
Depois os mosaicos são submersos em água cerca de 24 horas para que o cimento faça presa (endureça). Por último, as peças são arrumadas uma a uma em caixas construídas para o efeito. As faces não se tocam e ficam a secar ao ar antes de ser embaladas em cartão e entregues.
Fomos visitar a Somor em Montemor-o-Novo para fazer a encomenda dos mosaicos. Ficou prometida nova visita para acompanhar a produção. Ao vivo ainda são mais bonitos. Quase que apetece inventar mais pavimentos para forrar!
Mal podemos esperar para ver a encomenda!