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Tudo sobre a mudança para o n.º 43 da Rua Machado dos Santos.
"As crianças têm menos capacidade de coordenação, menos capacidade de perceção espacial, têm de facto menor prazer de utilizar o corpo em esforço, têm uma dificuldade de jogo em grupo, de ter possibilidades de ter aqueles jogos que fazem parte da idade. Ao mesmo tempo, institucionalizou-se muito a escola. Nós hoje temos as crianças sentadas durante muito tempo, não há uma política efetiva adequada de recreios escolares. Os recreios são organizados muitas vezes em função de um modelo de trabalho, ou de um modelo de funcionamento pedagógico, que tem a ver mais com as aprendizagens pedagógicas obrigatórias ou consideradas úteis, e muito menos com as atividades do corpo em movimento. E, por isso, há alguns trabalhos de investigação que temos vindo a fazer, onde tentamos mostrar a correlação entre o tempo que as crianças têm de recreio, a qualidade de actividade que fazem no recreio e a capacidade de aprendizagem na sala de aula." Dr. Carlos Neto em entrevista ao Observador.
A propósito deste artigo do Observador amplamente divulgado pelas redes sociais sobre o modo como estamos a criar as crianças, recordo-me sempre das dificuldades que enfrentei para desenhar uma escola e um parque infantil. Areia não! Escadas não! As árvores são perigosas porque as crianças podem trepar! E, ainda por cima, fazem "lixo"! Lixo? A sério? Agora são as árvores que fazem lixo? Ou somos nós quando atiramos papéis para o chão? Depois recordo-me dos dias que a minha filha com 5 anos chega a casa e diz que não foram brincar para o recreio porque estava frio! E depois chegam-nos estas imagens de outros locais e outras filosofias que me deixam desanimada com este Portugal! Gostava que pudéssemos construir uma outra Escola, em que as prioridades fossem diferentes dos números e das estatísticas....São projectos que vale a pena conhecer!
Um Jardim de infância em Berlim. Mais imagens aqui. Uma escola com árvores para trepar (suspiro!). Aqui mandavam-nas cortar e passavam a servir de banco. Um armário alto onde se pode subir sem guardas! (novo suspiro)
Uma escola com uma rede no recreio e em que este elemento tornou-se a imagem de marca. Para conhecer melhor o projecto.
Um jardim infantil em Copenhaga que parece um barco naufragado, num país onde as temperaturas são bem mais baixas que as nossas... mas a miudagem pode andar na rua o ano inteiro! Mesmo quando está a nevar! (suspira novamente) Mais imagens aqui.
No site da LIGHT e STORE também existem luminárias que resultam de uma garrafa que é recriada para servir este fim. É uma loja online que vende diversos produtos e alguns para projectos DIY. Todos os produtos são muito bem desenhados e com um mesmo produto conseguem-se resultados muito diferentes consoante a forma como este se aplique, a cor que se escolhe, etc. Vale a pena espreitar!
Na procura de soluções de iluminação descobri o site Os Italianos Design. Além de propostas muito interessantes para copos, apresentam uns curiosos candeeiros aproveitando gargalos de garrafas. Espreitem!
A casa tem infraestruturas eléctricas e a ideia é aproveitar ao máximo o que existe. Mas com as demolições para alargar os espaços no piso térreo é necessário alterar algumas coisas. Depois com a introdução de uma placa eléctrica, forno eléctrico e máquina da loiça é preciso um reforço. Depois há coisas que queremos mesmo manter, apesar do pouco uso que lhe vamos dar. É o caso de um quadro de alvos, que é um sistema de chamar quem está na cozinha a partir de qualquer ponto da casa através de uma buzina. Era usado para chamar a empregada permanente, que é coisa que não vamos ter, mas vamos preservar o sistema que ainda por cima mantém-se em funcionamento. Um problema que se coloca é decidir que interruptores e tomadas usamos. Substituímos tudo? Até o que está em óptimo estado? Não me parece razoável. E não havendo igual para completar? Modelos novos? O que escolher?
Vamos instalar túneis de luz na cobertura para iluminar as casas de banho interiores. Dizia o instalador "Sabe que vai parecer que é de dia aqui?". Pois sim, a ideia é mesmo essa! É não ter que ligar a luz! Ficámos sem perceber o que queria o senhor dizer com aquilo, mas repetiu o comentário mais que uma vez. Veremos como resulta... para já é tempo de marcar, esburacar e preparar!
Imagens: velux
Por estes dias o trabalho avança com a lentidão própria deste tipo de tarefas. Preparar os móveis para pintar, limpar os mosaicos hidráulicos velhos para aplicar. Lixa, trincha, máscara, torno, rebarbadora, óculos de protecção...
Um antigo estábulo pode ser adaptado para habitação? Pode. Foi isso mesmo que fez o Atelier Data em Alcácer do Sal. Esta intervenção demonstra que é possível adaptar este tipo de edifício a outra função, respeitando a morfologia, mas não descurando a qualidade final dos espaços. Este projecto indica um caminho diferente para este tipo de estrutura que não passa pela demolição, evitando desta forma gerar resíduos desnecessários. Ainda bem que há quem consiga ver a potencialidade de um espaço velho, sujo e degradado!
Ontem foi dia de ensaiar a remoção do papel de parede. Primeiro arrancámos a primeira camada e ficou ainda um papel fino e muito agarrado à parede. Com um rolo de pintura molhado passámos várias vezes sobre o papel até humedecê-lo (cuidado com o pavimento se for de madeira!) e com a ajuda de uma espátula conseguimos arrancá-lo.