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Tudo sobre a mudança para o n.º 43 da Rua Machado dos Santos.
Fomos ver o processo de fabrico dos mosaicos hidráulicos na fábrica em Montemor-o-novo. É um trabalho manual. Existe uma "receita" para cada cor, apontada manualmente num bloco improvisado. Para além do pigmento da cor em pó (uma ou mais) junta-se pó de mármore e cimento branco. Depois, com recurso a moldes fabricados para o efeito, despejam-se as cores nas áreas definidas dentro de uma caixa. Faz-se o tardoz com uma massa de cimento escuro, fecha-se a caixa e, por fim, leva-se à prensa que foi desenhada para o efeito.
Depois de cada mosaico lavam-se muito bem os moldes e a caixa para evitar contaminação na superficie do mosaico com restos de material do anterior. Podem trabalhar quatro pessoas em simultâneo na mesma bancada a fazer peças diferentes com cores ou desenhos diferentes. Era um ambiente cheio de pó que se acumulava nas superfícies semi-polidas dos mosaicos encobrindo cores.
Depois os mosaicos são submersos em água cerca de 24 horas para que o cimento faça presa (endureça). Por último, as peças são arrumadas uma a uma em caixas construídas para o efeito. As faces não se tocam e ficam a secar ao ar antes de ser embaladas em cartão e entregues.
Era o nome do arquitecto que desenhou a casa. Assinou o projecto em Évora nos finais da década de 60 do século passado. A casa foi contruída já nos anos 70. Numa pesquisa no google, encontrei um arquitecto com o mesmo nome que trabalhava nas décadas de 30 e 40 na cidade do Porto. Será o mesmo? Dois arquitectos com o mesmo nome nesta altura em que existiam tão poucos arquitectos?
Este é um dos edifícios deste arquitecto no Porto. Mais imagens aqui
Depois de muito pensar, reflectir e ver muitas imagens, consigo perceber porque se cai no branco fácil! Isto de escolher uma cor para aplicar na fachada não é coisa fácil. Mas branco não é solução, porque quando as molduras e os socos são de pedra clara, os panos devem ser coloridos para que se consiga algum contraste. Este é um exemplo em Mértola.(daqui)
Depois há que pensar no local. Numa vila alentejana reinam os amarelos e os azuis (como não podia deixar de ser!), mas outras cores povoaram este local antes da "ditadura do gosto" pelo branco. Cores como o verde, o rosa e o laranja ainda se identificam nos edifícios desta vila.
A casa tem as paredes exteriores pintadas de cinzento com uma tinta de membrana que causa bastantes danos no interior da alvenaria de tijolo (maciço?). Este tipo de tinta de membrana elástica não permite a troca de humidades entre o interior das alvenarias e o ambiente exterior com a agravante que qualquer fissura é um ponto de entrada de água (a água entra sempre!) e depois não há modo de sair porque a tinta não permite a evaporação desta humidade que vai permanecendo no interior. Por vezes arranja maneira de migrar até ao interior, à outra face do paramento de alvenaria, promovendo zonas escuras e mesmo destacamentos. Outra vezes promove a degradação dos rebocos exteriores com esfarelamento. Por estes motivos, e também por razões estéticas, a camada de tinta vai ser removida, vão ser reparadas as fissuras, eventualmente existentes, e será aplicada uma tinta de silicatos que já usámos em diferentes obras e que se tem revelado um bom investimento. Contudo falta decidir um aspecto essencial. Que cor aplicar?
Fomos visitar a Somor em Montemor-o-Novo para fazer a encomenda dos mosaicos. Ficou prometida nova visita para acompanhar a produção. Ao vivo ainda são mais bonitos. Quase que apetece inventar mais pavimentos para forrar!
Mal podemos esperar para ver a encomenda!
Os sacos de plásticos foram tratados como relíquias nesta casa, onde se encontram acondicionados, bem dobrados depois de lavados. Encontramos montinhos em locais diferentes. Também havia embalagens de papel bem conservadas e latas de produtos vazias.
Contudo, os taleigos reinavam nesta casa. Talvez tenha contado mais de cem. Os taleigos saõ peças fantásticas porque mostram como com pouco se pode fazer uma peça realmente útil. Alguns foram feitos com diferentes tecidos que denunciam o aproveitamento de retalhos.
Um dos taleigos vinha com arroz de Coruche, certamente de quando ainda não havia embalagens de plástico. Outra época em que tudo era reaproveitado.